Monitorando as açoes acima de 30,6km/h no futebol.

Monitorando as ações acima de 30,6km/h no futebol.

Introdução 


Considerando as evidências atuais da pesquisa sobre futebol, a capacidade de realizar esforços de alta intensidade é um pré-requisito físico fundamental para uma participação bem-sucedida no futebol. 

Entre todas as várias componentes do treino no futebol de elite no que diz respeito tanto ao desempenho e lesões, a exposição à velocidade máxima de corrida destaca-se como uma das mais cruciais (McCall 2020).

A corrida de alta velocidade e o treinamento de sprint desempenham um papel importante no desenvolvimento das capacidades físicas, desempenho específico do esporte e prevenção de lesões entre os jogadores de futebol ( Beato, 2020).

Treinadores e praticantes devem planejar a exposição apropriada durante o treinamento de alta velocidade e sprint entre jogadores profissionais de futebol com o objetivo de desenvolver ou manter sua capacidade intermitente de realizar esforços de alta intensidade com a frequência necessária durante a competição ( Beato, 2020 ).

Desenvolver a capacidade dos jogadores para executar ações de alta velocidade e sprint é fundamental para a comissão técnica e departamentos de ciências do esporte no futebol profissional ( Lago-Peñas, 2022 ).


Os níveis de precisão e confiabilidade das métricas são baseadas em sistemas globais de navegação por satélite, em particular usando tecnologias recentemente validadas, estão dentro de zonas aceitáveis, o que suporta seu uso para informar práticas de planejamento e design de treinamento ( Beato, 2020 ).  A  tecnologia GNSS disponível é considerada válida para medir distâncias percorridas em altas velocidades e pico de velocidade em esportes ( Beato,2018 ) bem como confiável com excelente confiabilidade entre unidades relatada para distâncias de sprint linear [coeficiente de variação (CV) = de 1,64% a 2,91%] e circuitos específicos do esporte ( Beato, 2019 ).


Um consenso sobre corridas de alta velocidade e zonas de velocidade ( ZV)  de corrida no futebol ainda está em debate com discrepâncias consequentes (Sweeting, 2017,  Beato, 2018 ).  Até o momento, não há consenso na literatura do futebol sobre os limites padrões que definem as zonas de intensidades de corrida ( Gualtieri, 2023 ).  Uma avaliação rigorosa de estudos realizados exclusivamente com jogadores profissionais de futebol sugere  que atividades acima de 19,8km/h sejam interpretadas como alta intensidade e que  25,2km/h seja interpretada como sprint ( Gualtieri, 2020 ). 




A falta de consenso para determinar os limites para cada uma dessas categorias pode nos levar a tomar decisões tendenciosas e a tirar conclusões prematuras ao analisar nossos dados e compará-los com outros. A maioria dos dispositivos GPS usa 24 km/h ou 25 km/h como ponto de corte para classificar um esforço como um sprint. No entanto, não é apropriado usar o mesmo limite de velocidade para todos os jogadores ao medir os sprints. Isso ocorre porque as diferenças individuais entre os atletas devem ser levadas em consideração  (Gomez, 2024 ). 

Os Dados que a maior entidade do futebol, FIFA, disponibilizaram na ultima copa do mundo também utilizam as referencias citadas por Gualtieri ( 2020 ), distancias percorridas nas ZV de 19,8km/h e 25,2km/h. 

A intensidade do jogo no futebol masculino aumentou consideravelmente nos últimos 15 anos, especialmente devido à maior corrida de alta velocidade (distância percorrida em velocidades entre 19,8 km/h e 25,1 km/h aumentou 29%) e sprint (distância percorrida em velocidades acima de 25,1km/h aumentou 50%) demandas de locomotivas, que agora respondem por 7% a 11% e 1%–3% em relação à distância total percorrida durante uma partida, respectivamente ( Lago-Peñas, 2022 ). 

O autor Tom Allen ( 2023 ) conclui em seu artigo que pequenos a moderados aumentos  em distancia em alta intensidade ( > 5,5 m/s ou 19,8 km/h)  e distancia em Sprint ( > 7,0 m/s ou 25,2 km/h)  da equipe ocorreram na Premier League entre 2014/2015 e 2018/2019, com mudanças triviais a pequenas nas variações de temporada para temporada. 


Tomando a nossa prática como exemplo, temos velocidades acima de 30,6km/h TODAS as semanas de atividades e fomos surpreendidos agora em 2024 com a maior velocidade   atingida no  futebol brasileiro por um atleta comandado pela nossa equipe ( matéria aqui ). 


Diante desse contexto de tendencia de aumento da ações de altas velocidades e sprints, é necessário aprofundar no diálogo do monitoramento em distancias em velocidades mais altas no futebol. Atletas que realizam ações maiores que 35km/h , como o francês Mbappé na ultima copa do mundo ( 2022 ) , o zagueiro Sven Batman ( 39,21km/h) não devem ser monitorados, acompanhados com ZV de no máximo 25,2 km/h ( matéria aqui ). 


Eis o problema que  me deparei.




Como tudo começou.

Em 2019 estava como preparador fisico do sub-20 do Palmeiras,  sob a coordenação do João Paulo Sampaio, com total autonomia para realizar as mudanças estruturais que achávamos pertinentes. 

Os jogadores estavam fazendo cada vez mais velocidades acima de 30km/h, isso nos chamou muito a atenção. Em uma de nossas muitas discussõescomeçamos a refletir sobre as ZV que tínhamos á disposição. Porque aqueles valores ? Os números nos ajudam a tomar as melhores decisões ? A demanda do jogo tem sido caracterizada com essas ZV ?  

Não tínhamos respostas, os artigos não traziam dados com distancias em velocidades maiores que 25,2 km/h. Tive conhecimento de um artigo que discorre sobre velocidades mais altas em 2019. O artigo de Malone de 2017, nos trás importantes dados, mas sobre futebol gaélico. O artigo é categórico ao dizer que é o primeiro estudo a investigar o impacto da exposição à velocidade máxima no risco de lesões subsequentes em uma coorte de elite de jogadores de futebol gaélico. E que a aplicação de exposições de velocidade máxima, velocidade máxima relativa e distância percorrida em velocidade máxima deve ser considerada ao monitorar e modificar a carga de trabalho semanal dos jogadores individualmente. 

O uso de limiares relativos individuais tem sido proposto como uma abordagem alternativa para a seleção arbitrária de limiares de velocidade para melhor quantificar as medidas de carga externa no futebol ( Beato, 2020 ). Em  2020,   Gualtieri publica um interessante trabalho, o qual monitora limites individualizados, isto é, 80% da velocidade de pico máxima. No entanto, dado que apenas evidências preliminares estão disponíveis sobre este tópico, mais pesquisas são necessárias para investigar a eficácia do uso de limiares relativos individuais no futebol ( Gualtieri, 2023 ).

Apenas em 2021 encontrei um artigo da seleção sub 17 da Hungria que monitorava a distancia acima de 30km/h. 

Mas foram dois casos práticos específicos, ainda em 2019, nos deram muitas respostas. Caso Veron e caso Iago.

O veron foi o melhor jogador do mundo em 2019, campeão mundial sub-17, ele atingia muito facilmente velocidades acima de 30km/h , muitas vezes 35km/h ( matéria aqui ) . Veron não era da minha categoria, mas fazia alguns jogos no sub 20. Nesta altura as nossa zona de distancia em velocidade monitorada mais alta era 25,2 km/h, ou seja, monitorávamos a distancia que o atleta percorria acima de 25,2 km/h ou 7m/s. Eis a questão: uma diferença de 10km/h entre o que monitorávamos e o que o jogador fazia. A demanda do esporte e a capacidade do jogador não se comunicava de forma próxima com o nosso monitoramento. 

O Iago é um zagueiro que se machucou quando fez seguidas ações acima de 30km/h em um jogo e  uma ação máxima de 35km/h. Na sua reabilitação o nosso objetivo era garantir esse cenário que o organismo dele não suportou.

Como a zona de monitoramento era até 25,2km/h, o controle, o planejamento e a execução ficaram obscuros, a diferença entre o que monitorávamos e o que queríamos atingir era muito alta. Qual distancia ele faz nessas velocidades maiores ?  Com qual frequência ? Em que dia da semana ? Em qual treino do treinador ?  Todas essas perguntas estavam sem respostas. Diante desses problemas decidimos acrescentar mais uma ZV,  acima de 30,6 km/h ou 8,5m/s. Mas porque 30,6 km/h, porque não 30,3km/h ou 30,8km/h ? No início utilizamos a ZV de 30km/h, mas com a ajuda do William ( analista de dados do Grêmio )  criamos um raciocínio lógico. Primeiro seguir o padrão mundial dos melhores artigos e das grandes equipes do mundo que monitoram através do metro por segundo ( m/s ) . Segundo , utilizar  a mesma diferença de uma ZV para outra ( 5,5 para 7,0 ) que  é de 1,5m/s, e então seguimos essa lógica,  5,5m/s , 7,0m/s, 8,5m/s, pronto! Está criada a nova ZV,  30,6km/h. 



As mudanças 

A partir dessa mudança houve uma reviravolta na minha forma de interpretar as distancias em altas velocidades. O uso desse novo limiar de velocidade permitiu uma programação mais precisa da carga de treinamento, o que poderia ajudar a projetar a dose adequada distancia percorrida nas três velocidades propostas ( 19,8km/h a 25,2 km/h, 25,2km/h a 30,6km/h e acima de 30,6km/h),  evitando a implementação de velocidades inatingíveis que poderiam ser potencialmente prejudiciais, ou não alto o suficiente para provocar a adaptação desejada ( Gualtieri, 2023 ). 

Por exemplo, o jogador A realizava 300 metros na ZV acima de 25,2km/h e o jogador B realizava 280 metros nesta mesma ZV. Mas ao olhar para a ZV mais alta ( 30,6km/h ), o jogador A tinha 2 metros acima de 30,6 km/h enquanto o jogador B tinha incríveis 84 metros nesta ZV. Antes de inserirmos esse métrica,  ao final do treino ou na programação de recuperação o jogador A era considerado o mais intenso, precisaria de uma maior atenção na recuperação ou a periodização desse atleta sofreria alterações.

Abaixo um  exemplo mostrado por Pedro Gomez ( 2024 ) . 

As experiências foram acontecendo, os relatórios sendo ajustados , as conversas com profissionais da área foram clareando as ideias, o jogo foi nos ensinando , bons resultados do ponto de vista da prevenção e da performance foram aparecendo.  O treinador , naquele momento,  era o Wesley Carvalho, ele validou a ideia e com a oportunidade de sair para outro clube levei essa experiencia comigo. 

Na chegada ao América em 2021, junto com o Vagner Mancini, tivemos a primeira experiência  no profissional. Implantamos a distancia na ZV acima de 30,6 km/h. Foi neste momento que aconteceu uma aplicação mais sistematizada, tínhamos mais tecnologia, mais recursos humanos,  um treinador que me permitiu autonomia máxima dentro da comissão técnica e um clube que permitiu esta mesma autonomia dentro de sua estrutura. 

Na ida da comissão do Vagner Mancini para o grêmio também implantamos nova ZV e mesmo após a nossa saída eles continuam monitorando. 

No Ceará ( 2023 e 2024 ), atingimos uma maturidade no que diz respeito a velocidade.  Muito pela contribuição dos excelentes departamentos de preparação fisica e fisiologia do clube. Foi no Ceará que atingimos altos valores de velocidades máximas, tivemos poucos casos de lesões de posteriores e o atleta Saulo chega a extraordinária marca de 39km/h, a segunda maior marca do mundo ( matéria aqui ). 

Novas publicações foram apresentadas discorrendo sobre  da importância das máximas ou quase máximas velocidades como vacina para prevenção de lesões. Para Green ( 2020 ) a exposição gradativa também pode ser vantajosa para a resiliência a mecanismos de lesão, como corrida rápida. Price e colaboradores ( 2021) reforçam a ideia de prevenção quando afirma que  as atividades máximas de corrida parecem ser a única maneira de atingir alta atividade muscular. Shah e colaboradores ( 2022 ) reforça a ideia quando afirma que  esforços semanais >90% da velocidade máxima influenciaram significativamente a mudança percentual média na força excêntrica dos isquiotibiais.


Como por exemplo o de Malone et al ( 2017 )  que afirma que os treinadores devem expor os jogadores a altas porcentagens de velocidade máxima em situações de treinamento, pois isso oferece uma “vacina” potencial contra lesões subsequentes de tecidos moles. Edouard ( 2019 ) corrobora com a ideia , segundo o autor, os atletas que correram em alta intensidade (> 95% de sua velocidade máxima) durante a prática esportiva apresentou menor risco de lesões nos membros inferiores do que aqueles que produziram menor velocidade máxima (<85%). Para Shah e colaboradores ( 2022 )  o monitoramento semanal da carga de sprint em velocidades > 90% da velocidade máxima pode ser valioso para ajudar a reduzir o risco de lesões nos isquiotibiais no futebol profissional.

Dados ainda mais recentes ( Moreno, 2024 ) cita que lesões no músculo isquiotibial durante a competição foram precedidas por 5 minutos de maiores demandas de corrida a > 21 km/h, em comparação com partidas de controle. Isso sugere que um curto período de corrida incomum aumenta o risco de lesão muscular nos isquiotibiais em jogadores de futebol profissional. Esse artigo nos acha a atenção , pois se corridas acima de 21km/h aumenta o risco de lesão como será esse comportamento se ações ainda mais altas forem realizadas ? 

Em um estudo muito recente publicado, o autor conclui que a maioria das lesões nos isquiotibiais ocorreu quando os jogadores correram acima de  25km/h e acima de 80% de sua velocidade máxima. Este estudo sugere que esta nova abordagem pode permitir uma análise detalhada e padronizada das circunstâncias que incitam a lesão ( F. Aiello et al, 2023). 

Buchheit ( 2024 )  cita no seu artigo princípio 4 de um microciclo de periodização de elite para o futebol que o gerenciamento estratégico de carga e corrida em alta velocidade durante a semana foi motivada pelo reconhecimento de que estes elementos são considerados os principais fatores que devem ser geridos de forma eficaz em relação ao risco de lesões. No principio 6 ele cita que a importância das exposições à velocidade máxima no futebol de elite. 

Uma recente e robusta revisão bibliográfica comandada por Gualtieri e Beato ( 2023 ) constatou que, até o momento, não há consenso sobre os limiares absolutos que definem a corrida de alta velocidade e de velocidade em jogadores de futebol adultos. 

Portanto, com base nas crescentes evidências sobre as relações entre a exposição a  alta intensidade e sprint e ocorrência de lesões, os praticantes devem considerar seu monitoramento preciso e implementá-lo para fins de prevenção de lesões ( Beato, 2020). 

Este é o cenário atual, temos poucos dados de distância percorrida nesta zona de velocidade ( ZV ) , a grande maioria dos clubes das series A e B do campeonato Brasileiro não utilizam esta ZV como parte do seu programa de monitoramento diário, os artigos dos melhores jornais da área esportiva publicam muito pouco nesta ZV, como mostra a revisão bibliográfica de Gualtieri ( 2023 ), a maior entidade do mundo do futebol, FIFA, não publica nesta ZV velocidade, mas os jogadores de futebol estão cada vez mais atingindo maiores velocidades e percorrendo maiores distancias em velocidades mais altas.


A reflexão

Apesar do uso generalizado, as práticas atuais entre praticantes de futebol e cientistas do esporte não estão isentas de limitações, especialmente devido às definições não padronizadas de alta velocidade e sprint e aos limites de velocidade relativa estabelecidos para sua quantificação. Atualmente, enquanto os patamares oficiais de referência em competições oficiais de entidades reguladoras do futebol, como a União das Associações Europeias de Futebol (UEFA) e a FIFA são 19 km/h e 23 km/h e 20 km/h e 25 km/h para alta velocidade e sprint em mulheres e homens. 

Alguns estudos mostram que as ações em alta intensidade e de em sprint são claramente subestimadas numa semana de treinamento em comparação com outras medidas, como distancia total e acelerações ( Gualtieri, 2023 ).


Diante de todos os argumentos científicos  levantados e práticas consideradas relevantes, proponho um reflexão sobre o monitoramento da distancia percorrida acima de 30,6km/h em conjunto com as velocidades máximas relativas. 




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